ATA DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 21.10.1993.

 


Aos vinte e um dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Oitava Sessão Solene da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Primeira Legislatura. Às dezessete horas e vinte e um minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a entregar o Título Honorífico de Cidadão de Porto Ale­gre ao Senhor José Elias Flores, de acordo com o Projeto de Lei do Legislativo nº 65/93 (Processo nº 1383/93), de autoria do Vereador João Dib. Compuseram a Mesa: o Vereador Wilton Araújo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Doutor Tarso Genro, Prefeito Municipal de Porto Alegre, o Senhor José Elias Flores, homenageado da presente Sessão; o Jornalista Firmino Cardoso, representante da Associação Rio-Grandense de Imprensa; o Senhor Nilton Burmaister, Secretário Municipal do Planejamento. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para que, em pé, ouvissem o Hino Nacional, registrando, logo após, as presenças dos Senhores Armando Hansen, representante da Conferência Vicentina São Luiz Gonzaga, Flávio Laytano, representando a Irmandade São Miguel e Almas; Sérgio Paulon, Representante da Associação Sul-Brasileira de Cemitérios Privados e do ex-Vereador desta Casa Edi Morelli. Em continuidade, concedeu a palavra ao Vereador João Dib, que em nome das Banca­das do PPR, PT, PDT, PTB, PMDB, PFL, PC do B, e PPS, falou de sua felicidade por ter sido aprovada pela unanimidade dos trinta e três Vereadores a homenagem ora prestada ao Senhor José Elias Flores, expressando, também, sua satisfação por estar falando em nome de todas as Bancadas desta Casa. Destacou a humildade como traço caraceterístico do homenageado, dizendo que este “tocou as estrelas sem tirar os pés do chão” e afir­mando a importância da concessão desse título, onde até o Prefeito Municipal está presente, frisando a pouca freqüência desse acontecido. Lembrou a importância do Senhor José Elias Flores para o Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE, ainda que nunca tenha oficialmente participado desta autarquia, quando Sua Senhoria angariou máquinas e dinheiro para que o DMAE levasse sua rede à zonas ainda não alcançadas. Lem­brou pedido feito pelo Vereador Lauro Hagemann no sentido da aplicação da lei sobre a cremação de corpos. Por fim, desejou felicidades ao Senhor José Elias, reiterando seus votos de es­perança na continuidade de seus trabalhos pela Cidade que ago­ra são reconhecidos pelo Título ora concedido. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, assistirem a entrega do Diploma pelo Prefeito Municipal, Senhor Tarso Genro e da Medalha por Sua Excelência, ao homenageado. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor José Elias Flores, que registrou fatos atinentes a sua dificultosa infância e ju­ventude, lembrando que com um ano de idade ficou órfão de pai, restando-lhe o cuidado de sua mãe jovem e despreparada. Declarou ter conhecido a miséria humana, a fome e o relento, mas também, em contrapartida, a solidaderiedade humana, como a da Ordem Salesiana que em Bagé forneceu-lhe efucação gratuita. Lembrou sua convivência com Aloísio Filho e Witon Araújo, pai do Senhor Presidente deste Legislativo. Ainda, agradeceu o reconhecimento desta Casa por seu trabalho e fez especial menção ao Vereador João Dib que, quando Prefeito, lhe deu perene apoio em suas ações referentes ao Plano Diretor. Por fim, declarou que o presente Título lhe traz uma grande responsabilidade, falando da honra em recebê-lo. Logo após, o senhor Presidente agradeceu a presença de todos, dizendo que Porto Alegre engrandece-se com a concessão deste Título que muito honra a esta Casa. Às dezessete horas e cinqüenta e sete minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimen­tal. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Wilton Araújo e Secretariados pelo Vereador João Dib, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Dib, Secretário “ad hoc”, determinei fosse la­vrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e pela Senhora 2ª Secretária.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. José Elias Flores.

Convido a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(É executado o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para honra desta Casa, registramos as presenças dos Senhores Armando Hansen, representante da Conferência Vicentina São Luiz Gonzaga; Sr. Flávio Laytano, representando a Irmandade São Miguel e Almas; Sr. Sérgio Paulon, representante da Associação Sul-Brasileira de Cemitérios Privados.

Em nome da Casa, a Requerimento, que foi aprovado por unanimidade, de autoria do nobre Ver. João Dib, como proponente e representante dos 33 Vereadores que aprovaram o Título, usará a palavra o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Ver. Wilton Araújo; caro Prefeito Tarso Genro; meu caro homenageado José Elias Flores; meu conterrâneo, Secretário Municipal do Planejamento Nilton Burmeister; nosso jornalista Firmino Sá Cardoso; referência toda especial ao ex-Vereador desta Casa e meu líder na minha primeira legislatura - Ver. Moses do Carmo; pessoas já citadas; amigos de José Elias; meus senhores e minhas senhoras.

A vida tem estranhos caminhos e também tem descaminhos.

Eu não pensaria nunca que aquele jovem que há 30 anos atrás eu conheci, e sobre ele tive a impressão de um homem extremamente correto - impressão que nunca foi desmentida - ao contrário, pôde ser acentuada, pode ser afirmada.

Eu não pensaria que nos nossos caminhos - e tenho a certeza de que ele também não pensava assim - um dia nós estaríamos, eu nesta Câmara Municipal, falando em nome dos 33 Vereadores - que lhe outorgaram o Título de Cidadão de Porto Alegre - e ele sentado para recebê-lo. Tenho absoluta convicção de que não passou nem pela idéia dele, nem pela minha.

Mas a vida é uma larga e longa estrada. É misteriosa, sem desvio e sem fim. É necessário percorrê-la como Farrapo vencido ou como homem vencedor.

Eu não vou dizer das qualidades de José Elias Flores, porque aqui estão seus amigos, pessoas que o conhecem tanto como eu, e alguns mais do que eu.

Ele é um homem realmente vencedor. Conseguiu vencer na sua vida sem nunca mudar a sua qualidade mais bonita, que é a humildade. Conseguiu realizar sem nunca se alterar, sem nunca deixar de ser, para os seus amigos, para os seus conhecidos, para os seus funcionários, enfim, para todas aquelas pessoas com que ele teve convívio diário, a mesma figura serena, simples, tranqüila.

Eu um dia ouvi uma frase muito bonita. José Elias poderia dizer: “Tocou as estrelas, sem tirar os pés do chão”.

Continuou sempre a pessoa simples, humilde e extremamente boa.

E fico realmente satisfeito de ter sido este, depois de 23 anos de Câmara Municipal, o primeiro título que propus à Casa, e foi aprovado por unanimidade. Fico muito satisfeito, porque não é sempre que o Prefeito Municipal vem fazer a entrega do Título de Cidadão de Porto Alegre. Para quem faz a primeira entrega do Título de Cidadão de Porto Alegre, ver ele ser entregue pelo Prefeito, é muito gratificante também.

O José Elias, no meu entendimento, tem muitas coisas, mas como eu gosto do DMAE, e a Casa toda, os Vereadores todos sabem que tenho uma afeição muito grande pelo DMAE, já fui Diretor por duas vezes. Eu poderia dizer que tenho a história do DMAE antes do José Elias e depois do José Elias. Aí poderiam dizer: mas como, o José Elias não foi nada do DMAE e, de repente, tem a história do DMAE antes e depois? Exatamente isto: em 1967 nós não alcançávamos 60% da população atendida com água. O DMAE era uma autarquia recém-criada, sem recursos, sem nome até, não atendia a periferia da Cidade: Alto Petrópolis, Sarandi. Em nada disso tinha água. Nós propusemos um plano comunitário, que custava à época quinhentos milhões de cruzeiros. O Dr. Moses do Carmo, representando o Prefeito e eu o seu assessor engenheiro, propusemos o plano que seria comunitário. Mas o DMAE era um órgão novo, desacreditado, desconhecido e deveriam, os loteadores, participar com trezentos milhões de cruzeiros e o DMAE com duzentos. Na reunião, o José Elias levantou e disse: “Dou cento e vinte milhões de cruzeiros”, mais uns equipamentos que ele forneceu e trouxe outros loteadores que com ele completaram os trezentos milhões de cruzeiros, na mesma noite. Levamos algum tempo e aí abastecemos todo o Alto Petrópolis e tivemos credibilidade para fazer o mesmo projeto no Sarandi. Aí os loteadores do Sarandi sabiam que negócios assinados pelo DMAE, realizados pelo DMAE se transformavam em realidade.

É por isso que disse: a história do DMAE é antes do José Elias e depois do José Elias. Ele nunca falou isto porque na sua humildade ele nunca vai falar. Ele não vai falar que construiu aqui o maior cemitério, em concreto armado no mundo, não vai dizer dos equipamentos ali instalados para evitar poluição, não vai dizer que a tecnologia do que ele faz aqui está sendo exportada até para o Japão, porque ele mantém aquela humildade, ele mantém aquela serenidade. Não há nada que o abata, ele não teve uma vida tranqüila, dificilmente alguém, hoje, tem uma vida tranqüila, mas o José Elias, conheço bem seus problemas, suas dificuldades, mas a seriedade às vezes atrapalha, e essa seriedade, ao longo do tempo, muitas vezes o atrapalhou. Porque seria mais fácil não fazer nada, cruzar os braços e não servir a esta Cidade, não servir ao seu Estado, não servir ao seu País, já que está levando, além das nossas fronteiras, tecnologia que é nossa e primeira a ser aplicada no mundo.

É por isso que os 33 Vereadores votaram unanimemente, estamos hoje, com a Câmara tumultuada, cheia de reuniões, mas todos eles pediram que eu falasse em nome deles, inclusive o Ver. Lauro Hagemann disse-me: “Eu e o José Elias nascemos na mesma cidade, quem sabe o José Elias, já que ninguém fez, faça uma investida no sentido da aplicação da lei que já existe para a cremação dos corpos?” É uma coisa difícil, mas é claro que pode ser estudada, é um pedido que o Ver. Lauro Hagemann faz. Eles continuam lá reunidos, mas quero dizer, José Elias, que tudo isso que está sendo dito agora significa que acreditamos em ti, é claro, o Prefeito acredita em ti, porque aqui está, mas a população da Cidade, representada pelos 33 Vereadores, está agora te dizendo que nós, acreditando em ti, também acreditamos que tu continues fazendo muito mais até, porque agora estimulado, agora reconhecido o teu trabalho. Porque é muito bom ver o seu trabalho reconhecido, e também é muito importante para alguém ter nascido numa grande cidade, se a cidade onde nasceste não era tão grande, a que te criou era um pouquinho maior, mas esta aqui é a maior do mundo. Não há cidade maior do que Porto Alegre, e Prefeito sabe muito bem disso, porque ele também a ama muito, e sei que tu também amas esta Cidade.

Agora, então, tu és um novo Cidadão de Porto Alegre, que tu sejas muito feliz, e nós esperamos que tu continues com essa humildade, com essa mesma serenidade, com esse mesmo carinho, fazendo coisas pela nossa cidade de Porto Alegre. Saúde. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos passar ao momento solene desta Sessão, que é a entrega do Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. José Elias Pires.

 

(O Prefeito procede à entrega do título.) (Palmas.)

 

Concedemos a palavra ao mais novo Cidadão da cidade de Porto Alegre Sr. José Elias Pires.

 

O SR. JOSÉ ELIAS PIRES: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Sr. Wilton Araújo; Exmo. Sr. Prefeito Municipal, Dr. Tarso Genro; Exmo. Sr. Representante da Associação Riograndense de Imprensa Jornalista Firmino Cardoso; demais entidades aqui presentes, meus amigos e minhas amigas.

Eu, já, na minha labuta, em toda a minha existência, tive momentos importantes, realmente importantes, mas este, agora, toca profundamente o meu coração. Este coração que já abrigou muitas satisfações, muitas alegrias, e também, não posso deixar de dizer, abrigou muitas tristezas e muitos problemas que o abateram.

Presenciou, graças a Deus, gestos muito grandiosos, que o fizeram sentir-se pequeno, sentir-se mais humilde e também abrigou gestos de indiferença de problemas que o fizeram ficar forte, que o fizeram pulsar, inclusive, o medo.

Não posso deixar de lembrar que, com um ano de idade, na cidade de Santa Cruz, tão bem representada, hoje, por gente muito querida, fiquei órfão de pai, com um irmão pequeno, uma mãe abnegada, despreparada, sem o menor recurso, e com menos de vinte anos de idade.

Cedo, conheci a carência, a miséria humana, nos seus mais cruéis aspectos, porque desacompanhada de qualquer expectativa de melhora. Conheci a fome e o relento. Tenham certeza de que os conheci, mesmo.

Minhas noites, quando eu ia dormir, com oito anos de idade, traziam-me a preocupação do que eu faria no outro dia, de qual seria o meu itinerário e o que poderia conseguir no final na jornada, se conseguisse. Aí, começaram a acontecer coisas mito importantes, que eu disse no início: surgiu a solidariedade humana. Não posso dizer que não foi rara, mas ela surgiu, a solidariedade que dignifica se não dissermos que santifica quem a pratica desinteressadamente.

Aos doze anos, separado da minha família por injunções de falta de recurso, quatro anos depois que representaram uma eternidade voltei ao convívio de minha mãe, de meu irmão na cidade de Bagé. Ali exerci a profissão de jornaleiro, de bilheteiro, de carregador de malas como tem aqui alguns colegas que trabalharam comigo e como também trabalhei com o hoje ocupante do Palácio Piratini, Governador do Estado. Essas profissões que ali exerci representaram um grande marco na minha vida porque me afastaram definitivamente da fome e da miséria, coisa que jamais poderia acreditar. Ali mesmo, naquela cidade, também conheci a solidariedade humana, especialmente, da Ordem Salesiana que tem aqui um de seus membros queridos. Essa Ordem Salesiana que me dava um café pela manhã e me deu um estudo, um estudo gratuito, na época, muito difícil de conseguir. Tivemos, eu e meu irmão, estudo gratuito. Ali se apresentava novamente a solidariedade humana de uma Ordem preocupada com as crianças sem recursos, especialmente os meninos de rua.

Chegou o grande dia da minha transferência para Porto Alegre, esta cidade que hoje me acolhe como seu filho, esta maravilhosa cidade de Porto Alegre. Aqui exerci algumas atividades que para alguns poderia até parecer muito difícil, “boy”, empacotador, estafeta de entrega de telegramas onde ganhei um uniforme que muito me orgulhou com quatorze anos. Entreguei telegramas para pessoas muito importantes, Borges de Medeiros, Alberto Pasqualini, João Goulart e outras pessoas mais, muitas vezes acompanhada de uma gorjeta, que era muito importante. Aquilo, realmente, era muito importante. E assim continuei a minha galgada, me afastando da miséria, do abandono e de tantos problemas, o que antes nunca imaginava que poderia conseguir.

Assim constituímos, devagar, as nossas empresas, depois de muitas profissões impossíveis de serem enumeradas. Todas me dão recordações belíssimas. Constituí minhas empresas, e tive aqui, Sr. Presidente, Sr. Prefeito, e demais autoridades, a oportunidade única, de como os Poderes Legislativo e Executivo, que na época mais do que hoje exigiam, porque era um plano inédito, plano habitacional, o primeiro executado no Brasil por uma empresa privada, foi em Porto Alegre, justamente um plano popular. E executamos algumas obras mais, que o orador que me antecedeu já referiu. Construímos quase duas mil casas, urbanizamos terrenos e executamos obras, que houve na bondade do Ver. Dib a confiança dos loteadores. Mas, o que houve, na verdade, foi encontrar gente da iniciativa particular, que também quer colaborar, envolver-se, investir. Aquelas obras beneficiaram a cada um, mas era condição essencial exigida pelo DMAE, e muito justa: que beneficiasse gratuitamente as milhares de pessoas que viviam naquela redondeza. Assim nascia a Av. Antônio de Carvalho, o Beco do Carvalho, as extensões de rede de luz, de água. Também está aqui o ex-Secretário de Obras e Aviação, muito querido, Ribeiro do Carmo, Secretário do Prefeito Célio Marques Fernandes, que testemunhou muitas dessas iniciativas. Sempre procuramos e jamais renunciamos ao propósito de respeitar as pessoas, os Poderes, as leis, e, fundamentalmente, respeitar as pessoas que em nós confiam, especialmente quando são pessoas mais simples, que não têm a cultura suficiente para identificar um empreendedor que lhes está oferecendo algo.

Assim foi a nossa história em Porto Alegre. Tenho certeza de que jamais nessa jornada muito grande estive só, muitas vezes pensei que estava sem Deus, especialmente, quando recordava momentos da minha infância, depois, fui percebendo que ele estava comigo. Ele me ajudou, me deu vontade de vencer. Estive com pessoas com esta solidariedade que falei: com minha mãe, abnegada, lutando muito para poder vencer e todos, aqui, são testemunhas; com meu irmão, com meu segundo pai e segunda mãe que eram Beno e Leonsa. Pessoas que fizeram muito por mim e que foram indispensáveis para me dar força. Fundamentalmente, nas minhas iniciativas estive acompanhado por uma equipe muito importante que era impossível referir-lhes os nomes. A Prefeitura, os técnicos da Prefeitura nos ensinaram demais a trabalhar, ensinaram-nos a respeitar as pessoas, o público. Imaginem os Senhores, quando havia uma lei que obrigava ser aprovada uma casa por pessoa, não era possível aprovar quinhentas ou duas mil casas. Tinha que ser uma por pessoa e nós precisávamos aprovar todas antes. Foi uma luta muito grande, com boa vontade e ineditismo. Grandes técnicos foram conhecidos aqui. É impossível enumerá-los.

O Título que hoje recebo nesta Casa, que, com todo o mérito, ostenta o nome do meu velho amigo José Aloísio Filho. Esta Casa, hoje, abriga um grupo de políticos dos mais respeitáveis que honram a nossa tradição rio-grandense. Houve, por bem, esta Casa me conferir este título, por unanimidade, que muito me emociona, que me traz grande responsabilidade. Não tenham dúvidas que não são palavras apenas ditas aqui e agora. Me traz grande responsabilidade. Esta Casa que verdadeiramente recebeu e aprovou, com seus 33 Vereadores, e o Prefeito, e mais ainda o Prefeito aqui presente, muito me honra, e me coloca com grande responsabilidade, especialmente lembrando toda essa trajetória que eu tive, quando eu era um menino de rua, e cheguei até aqui, porque a fé e a luta, e a confiança que se tem, o árduo trabalho, a confiança na honestidade é fundamental.

Por derradeiro, uma palavra ao meu querido e estimado Vereador João Antônio Dib, que conheço a mais ou menos trinta anos, mas é daqueles conhecimentos que parece que ultrapassa esse tempo, porque a gente se irmana. Esse homem que confiava em cada iniciativa que nós tínhamos, na época, seja no Plano Diretor, seja como Assessor do Prefeito, seja na Câmara de Vereadores, como Diretor-Geral do DEMHAB, na Secretaria dos Transportes, sempre investindo na confiança, e trazendo a responsabilidade para nós, de cumprir e respeitar as coisas. O Ver. João Dib, que teve a ousadia, a coragem, a responsabilidade e a exceção de submeter o meu nome à apreciação de seus pares, que aprovaram, por unanimidade, a indicação do meu nome para receber a cidadania de Porto Alegre, o que muito me orgulha. Tenham a certeza de uma coisa, e a todos eu digo, e todos estão aqui presentes para testemunharem: guardarei este Título numa moldura muito bonita, com muita humildade, com muito orgulho, porque amo esta Cidade. Conheci o mudo inteiro, mas não troco nenhuma cidade do mundo por Porto Alegre. Não troco mesmo. Tenham a certeza de uma coisa: se para a eternidade se leva alguma coisa, eu hei de levar este Título e estes momentos gratos que aqui estou passando hoje. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O povo de Porto Alegre, através de seus representantes, deu esse Título ao nosso novo cidadão e o acolheu, para honra desta Cidade, mas também traz junto uma grande responsabilidade. A responsabilidade de ser - como tem sido - um guia, uma luz, será alguém para o qual nossos cidadãos possam olhar e seguir. Tenho certeza de que ela vai ser muito bem assumida e executada, como tudo o que foi feito pelo homenageado. Porto Alegre sente-se honrada por ter mais um cidadão muito especial, e é para mim, pessoalmente, um momento muito importante. Tenham toda a certeza de que o povo de Porto Alegre está honradíssimo por ter mais este cidadão e por poder contar com a presença de todos vocês, nesta que é uma das tardes mais importantes deste ano na Câmara Municipal.

Muito obrigado pela presença de todos. Tenham a Câmara Municipal como aquilo que ela é: a representante de vocês, do cidadão. Porto Alegre está honrada, sente-se feliz. Muito obrigado.

Encerramos os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 17h57min.)

 

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